NENHUM APOIO ÀS GREVES DOS NEOCAPITÃES DO MATO
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A ilusão de classe corre solta em parte da esquerda brasileira. A CSP-Conlutas-RJ publicou um boletim especial de fevereiro solidarizando-se com "a luta dos trabalhadores da segurança pública fluminense" ao mesmo tempo que divulgava uma moção de apoio da CSP-Conlutas da Bahia à greve da PM local. Ao falarem em nome de todas as entidades filiadas à CSP-Conlutas, adotam a tradicional prática burocrática de ignorar a existência de vozes frontalmente discordantes desta postura ilusória e nefasta. Stalin perde. Tomam a parte como um todo. Confundem uma prática de partido com o movimento sindical que deve, sempre, levar em conta as opiniões divergentes e não adotarem políticas que possam ferir o direito das minorias das entidades que tem características de frente. Afirmam que todos devem se solidarizar com a luta dos "companheiros trabalhadores" (sic) da PM e congêneres.
Todos esses erros tem uma origem. SE A PRÁTICA AINDA FOR O CRITÉRIO DA VERDADE E A HISTÓRIA SE REPETIR COMO FARSA, temos nesses setores reformistas um bom exemplo de experiências anteriores quando o velho Partidão dos anos 30 aos 70 definiu uma estratégia de montar bases nos setores militares a fim de encurtar o caminho na luta pelo aparelho de estado. A REVOLTA MILITAR DE 1935 - que a direita raivosa chama de "Intentona Comunista" - foi por este tom. A esquerda pagou caro por ter aberto suas portas às infiltrações dos serviços de inteligência da repressão fascista. Foi como abrir uma via de mão dupla. Se infiltravam nas forças de segurança e vice-versa. O Partidão importava mecanicamente experiências dos Soviets de Operários, SOLDADOS e Camponeses de 1917. Não deixa de ser irônico: Trotskystas imitando stalinistas. Como farsa, é claro.
A farsa histórica se dá a partir das organizações oriundas do trotskysmo morenista argentino [¹] que chegaram no Brasil na segunda metade dos anos 70. A Convergência Socialista foi o terreno onde cresceu esta erva daninha de abrir uma frente de luta nas PMs. No RJ, a CS lançou o lider da associação dos PMs, Cabo Vanderley a deputado estadual ainda na legenda do PT. Nunca foi eleito. Observe-se que, ao mesmo tempo, o proto-fascista Cap. do Exército Jair Bolsonaro deslanchava sua carreira parlamentar como deputado federal e também lançava sua então esposa Rogéria a vereadora do município do Rio. Atualmente, conseguiu emplacar seus dois filhos, Flávio dep. estadual e Carlos como vereador. Isso para se ter uma idéia da força da base social que é composta por militares e seus familiares e simpatizantes de lemas como "Ordem e Progresso". Ainda há outros parlamentares da PM-RJ como Paulo Ramos do PDT. NENHUM DESTES PARLAMENTARES FALA EM LUTA PELO SOCIALISMO OU EM MUDANÇAS ESTRUTURAIS RADICAIS NA SOCIEDADE. Se assim o fizessem, perderiam a maior parte do eleitorado. Não à toa se reelegem sucessivamente - ao contrário do Cb Vanderley da ex-CS, hoje PSTU. É importante remontar às origens das PMs formadas pela Corte Imperial com seus elementos recrutados no povo a fim de protegê-la do próprio povo. Inspiradas nos capitães-do-mato que eram negros e mestiços que perseguiam os escravos fugidos e atacavam quilombolas. Donde a ideologia que os permeia ser reacionária e servil às classes dominantes.
Também deve-se levar em conta que a CS-PSTU gerou várias dissidências que hoje compõem grupos como a CST, MES e MTL (hoje no Psol). Daí, não ser supreendente este partido adotar a mesma postura de apoio às mobilizações das PMs. A cereja do bolo fica por conta da nota da CSP-Conlutas apelar aos PMs "não reprimirem os movimentos sociais como em Pinheirinho". Esqueceram da invasão da USP pela PM paulista e às incontáveis desocupações forçadas, repressões a passeatas. Parece que as cacetadas, balas de borracha, o emprego de armas de fogo e a integração de milícias nos bairros pobres e nas comunidades faveladas não foram suficientes para que estes sonhadores despertassem para O CARÁTER DE CLASSE DAS FORÇAS DE REPRESSÃO. Acham que se deve APENAS AO PERÍODO DA DITADURA CIVIL-MILITAR RECENTE (?!). A História mostra exatamente o contrário. As policias APENAS CUMPREM SEU PAPEL DE SÉCULOS: SERVIREM ÀS CLASSES DIRIGENTES COMO O FIZERAM OS CAPITÃES- DO-MATO. Em qualquer conjuntura burguesa serão SEMPRE REACIONÁRIAS. Um ou outro militar que participe de uma luta de caráter radical e socialista é EXCEÇÃO Á REGRA. E as temos. Luis Carlos Prestes, Apolonio de Carvalho, Carlos Lamarca, Valdir Sales Sabóia do PCBR (da PM-RJ), morto pela ditadura em 29/dez de 1972. Este também não alimentava ilusões com uma adesão em massa de forças policiais a uma Revolução Socialista. Camaradas, SEM A TOTAL DESTRUIÇÃO DO APARATO REPRESSIVO DO APARELHO DE ESTADO BURGUÊS, nos limitaremos a contar nossos mortos e os feridos das nossas lutas.
NOTA:
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