APRESENTAÇÃO

Este portal é fruto da Plenária dos Movimentos de Base realizado no Congresso da Classe Trabalhadora (CONCLAT), nos dias 05 e 06 de junho de 2010 na cidade de Santos. O Fórum tem como objetivo organizar a luta dos trabalhadores pela base e por isso se constitui com ativistas, militantes, oposições e organizações por local de trabalho, estudo e moradia. Suas ações são pautadas no classismo e na solidariedade de classe, de modo a romper o legalismo e o corportivismo. Tal Fórum compreende a necessidade de um movimento de oposição pela base que seja anti-governista, combativo e classista, ou seja, não concilie com o governismo e lute pelo fim da estrutura sindical (imposto sindical, carta sindical e unicidade sindical).

“A emancipação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores”

sexta-feira, 9 de maio de 2014

segunda-feira, 31 de março de 2014

Vai-se a luta e fica a burocracia da ANEL: O vergonhoso fim da Ocupação da reitoria da UFSC

Uma contribuição do comitê de propaganda RECC/UFSC

A ocupação da reitoria eclodida após uma brava e vitoriosa ação de resistência estudantil em defesa da autonomia universitária, que colocou para correr para fora do campus um pelotão inteiro do choque da PM junto com um contingente de vinte homens da Policia Federal, terminou de maneira prematura e vergonhosa nessa sexta-feira. E, por ironia, em um dia histórico de resgate da luta combativa dos estudantes no Brasil. Foi no dia 28 de março de 1968 que um dos inúmeros ataques contra a autonomia universitária no período da ditadura resultou no assassinato do estudante secundarista Edson Luís, que participava de uma manifestação no Restaurante Central dos Estudantes no Rio de Janeiro. Porém, ao contrário do resgate combativo feito nesse dia por estudantes em várias universidades do Brasil, através da realização da Semana Nacional Classista e Combativa que na UFG ocupou a reitoria e que no rio de janeiro realizou uma manifestação secundarista que enfrentou dura repressão policial sem dar um passo atrás, o que se viu na assembléia que decretou a desocupação imediata do prédio da reitoria da UFSC foi a ação de uma militância estudantil comprometida com a desmobilização e com a burocratização do movimento.

Reprisando o peleguismo visto na ocupação da reitoria da USP em 2011, que também iniciou devido a uma ação arbitraria realizada pela policia dentro do campus, na UFSC o PSTU, através da ANEL, se empenhou desde o inicio do processo em tomar as rédeas do movimento guiando o mesmo para desmobilização total e, assim como na USP, obteve novamente sucesso. Nesses quatro dias de ocupação, a burocracia estudantil aparelhou as mesas das assembléias, desgastou os estudantes puxando várias assembléias intermináveis e propagou o terror difundindo a falsa informação de que havia uma mega operação armada para desocupar o prédio da reitoria. Ao contrario da USP em 2011, não houve sequer um pedido de reintegração de posse por parte da reitoria e muito menos investida da policia contra a ocupação. Até a última assembleia, a “única ameaça” era um ato chamado pela direita que mobilizou cerca de 50 pessoas, cujo objetivo era reerguer no mastro em frente ao prédio da reitoria a bandeira nacional que havia sido substituída por uma bandeira vermelha.

Era explícito para boa parte dos estudantes, que havia um acordo entre o PSTU, PSOL, JCA e a reitoria para acelerar o fim da ocupação (pois se não desocupasse na sexta-feira, a mesma se estenderia automaticamente até segunda e a exposição midiática continuaria). Os discursos de todas essas forças estavam alinhados em amedrontar os ocupantes, se valendo da falsa operação policial (quase cinematográfica) que diziam estar em curso e em convencer a todos de que na verdade a ação policial se tratou de um golpe da direita para desestabilizar a atual gestão reitora que possui uma tendência política à “esquerda”. Vale lembrar que  a maioria da correntes estudantis de esquerda ajudaram a eleger a atual reitora atuando como cabos eleitorais e, como é obvio, possuem uma relação de fidelidade baseada em interesses institucionais dentro da UFSC.

Mesmo possuindo a conjuntura a favor do movimento, com servidores em greve e professores em assembleia discutindo uma possível retomada da greve, eles optaram pelo corporativismo e por um recuo pelego ao invés de tentarem a unificação da luta dos três setores construindo uma greve conjunta. Por fim, novamente falaram mais alto os interesses da esquerda reformista em aparelhar movimentos objetivando manter e conquistar poder dentro das instituições do estado burguês para acumular capital eleitoral. A ocupação da reitoria terminou derrotada, pois somente foi conseguido que a reitoria assinasse o recebimento de uma carta com as reivindicações, a qual a mesma poderá tranquilamente ignorar, já que a ocupação, única arma que os estudantes tinham, foi dissolvida. Tanto a ocupação da reitoria da USP quanto a da UFSC nos mostram a necessidade da construção de um movimento estudantil classista, combativo e autônomo que faça da ação direta sua arma diária de luta. Também escancararam o papel pelego desempenhado pelo reformismo dentro do movimento estudantil no Brasil, que no caso da UFSC se torna mais nocivo, já que a maioria das correntes estudantis possui aliança declarada com a mesma reitoria que liberou a entrada da policia no campus e também possui relação orgânica com agentes da mesma policia fascista que violou a comunidade acadêmica no último dia 25 de março, pois consideraram os mesmos como parte da classe trabalhadora.

Agora que não temos a ocupação para pressionar a reitoria devemos ficar preparados para cobrir com toda solidariedade todos os camaradas que forem intimados criminalmente e planejar ações diretas, pois com certeza a repressão irá cobrar os carros tombados e a humilhante derrota imposta pelo Levante do Bosque. Por isso não podemos nos desorganizar e deixar que novamente o movimento seja aparelhado por organizações comprometidas em desmobilizar movimentos nocivos aos seus interesses institucionais, seja na academia ou no parlamento burguês. Por fim, devemos ter clareza de que a polícia que invadiu o campus é a mesma policia que assassina Cláudias, Edsons e Amarildos todos os dias. Com isso, se faz necessário construir desde já uma cultura de autodefesa no movimento estudantil.






Policial não é trabalhador, Fora a policia do campus!

Viva os combatentes do bosque!

Abaixo a burocracia estudantil!

Ousar lutar, ousar vencer!

terça-feira, 25 de março de 2014

Contra a Criminalização das Lutas!!!


Petrobras: Gerência da UO-RIO : Reembarque do Operador Francisco Tojeiro em sua função original, JÁ!

Assine a petição: 

https://secure.avaaz.org/po/petition/Petrobras_Gerencia_da_UORIO_Reembarque_do_Operador_Francisco_Tojeiro_em_sua_funcao_original_JA/?dRKqNeb&pv=0

Acompanhamos o caso do Técnico de Operações Francisco Tojeiro, que estava liberado de suas funções enquanto diretor sindical em vistas de acordo coletivo, e soubemos que o companheiro Tojeiro solicita seu reembarque em sua lotação original e na sua função original desde setembro de 2013 sem obter autorização da gerencia. Temos ciência de que diversas plataformas, inclusive esta em que trabalhamos, têm déficits de mão de obra na função exercida pelo Trabalhador Francisco Tojeiro. Cremos que é injustificável, diante do problema crônico de efetivo pelo qual passamos, que haja qualquer trabalhador se dispondo a trabalhar e a empresa imponha empecilhos burocráticos para tal. Entendemos que isso demonstra irresponsabilidade com a segurança operacional e com as demandas dos trabalhadores pelo fim da sobrecarga de trabalho. Só é possível enxergar tal atitude da empresa como assédio moral por questões políticas e como prática explicitamente antissindical. Conhecemos também a prática dos gestores de impor aos perseguidos políticos que assumam funções incompatíveis com seus cargos de forma a desvinculá-los compulsoriamente do ‘chão de fábrica’, sendo esses cargos mais freqüentes os de fiscalização de contratos de empresas terceirizadas. Mas não temos dúvidas que ao invés de desviar a mão de obra própria das funções operacionais para atender às demandas da terceirização, a empresa deveria primeirizar os postos ocupados por terceirizados, utilizando a mão de obra de forma mais produtiva e priorizando de fato a segurança e o trabalho digno. Vale lembrar também que o 4º parágrafo da cláusula 166 do ACT 2013 garante ao dirigente sindical o retorno à sua função, ao citar o trecho “...quando retornar para o regime de trabalho originário, encerrada a liberação, acompanhará a escala de trabalho normal...”. Sendo assim solicitamos o imediato reembarque do companheiro Tojeiro nas suas funções originais, ação que ajudará a mitigar o enorme déficit de efetivo de que padecemos atualmente. Entendendo que esse é só um passo na luta pela recomposição dos efetivos, que siga a perspectiva do trabalho digno e ouça os trabalhadores.

sábado, 22 de março de 2014

A Luta pela Saúde Pública em Nova Friburgo - RJ!!! Campanha pela Hospital do Câncer!!!


Hospital do câncer “já” em Friburgo




Há quanto tempo você ouve falar em nossa cidade, por meio de políticos e governantes, que Friburgo irá ter um Hospital do Câncer?

Por certo, ai se foram vários anos, e a cada tempo de eleição a promessa se renova!!

Enquanto isso, nós, vamos “indo e vindo” a cidades distantes em busca de socorro e cura para nossos familiares e amigos.

Se é certo que o tratamento da doença de câncer traz dor, sofrimento e desgaste são, sobretudo, os mais pobres e excluídos da cidade quem mais sofrem por não terem consciência de seus direitos e sua força.

Muita gente tem se levantado no País contra a situação de abandono e descaso com a Saúde Publica por conta de “políticas” que cortam direitos e recursos públicos para, sucateados, entregá-los na forma de concessão, diga-se privatização, as OS`s (Organização Social) como já fazem em nossa cidade (veja UPA de conselheiro Paulino e de Olaria em breve).



VAMOS DEFENDER A SAÚDE EM FRIBURGO ?


Em Friburgo, não sendo diferente, precisamos nos levantar também pra fazer valer nossos “direitos” e nossas “vontades”, como no momento, exigir que a verba federal de 59MILHÕES disponibilizada em 2012, destinada a construção do Hospital do Câncer, não seja devolvida e que haja transparência e participação do povo Friburguense na definição do Hospital do Câncer que queremos.

Daí queremos convidar você a se unir a nós no “Comitê Pró Hospital do Câncer” para lutar em defesa da construção imediata do Hospital do Câncer com a verba federal de 59MILHÕES já liberada e contra os “novos projetos” de privatização da Saúde Pública por meio das OS`s (organização social) e outros “Modelos de Gestão” particular da Saúde.



Junte-se a nós e faça ouvir a sua voz!!




Comitê Pró Hospital do Câncer



Email:hcnfriburgo@gmail.com

Face: HospitaldoCâncer De Nova Friburgo Já 




CONSTRUINDO COMITÊS POPULARES
PRÓ HOSPITAL DO CÂNCER EM NOVA FRIBURGO

A cidade de Nova Friburgo-RJ, lamentavelmente, não conta ainda com um hospital especializado e exclusivamente dedicado ao tratamento do câncer. A construção de tal estrutura resultaria na estruturação da assistência oncológica local, com todos os benefícios decorrentes para a sociedade. A cidade pode ganhar mais gente atendida, maior chance de cura, com o menor custo para o povo.

Visando conscientizar e mobilizar a população friburguense sobre a necessidade da construção imediata do Hospital do Câncer em nossa cidade é que iniciamos em Fevereiro/14 a Campanha: “Hospital do Câncer Já!”.

Com o objetivo de divulgar a Campanha em nossa cidade, estamos incentivando a construção de Comitês Populares Pró Hospital do Câncer nos Bairros, Escolas, Igrejas e Locais de Trabalho.

Os Comitês tem a função de distribuir documentos, organizar encontros e participar ativamente nos encaminhamentos da Campanha.

Por isso convidamos você a se unir a nós para difundir a Campanha em nossa cidade.

JUNTOS SOMOS FORTES!
COMITÊ PRÓ HOSPITAL DO CÂNCER EM NOVA FRIBURGO

SIGA-NOS NO FACE: HospitaldoCâncer De Nova Friburgo Já
EMAIL: HCNFRIBURGO@GMAIL.COM

sexta-feira, 21 de março de 2014


A Luta dos Trabalhadores da Indústria de Saneamento do DF e a Necessidade de Reconstruir um Sindicalismo Revolucionário

A greve é o começo da guerra social contra a burguesia, ainda dentro dos limites da legalidade... como método de luta eletriza as massas, orienta sua energia moral e levanta em seu coração a consciência do antagonismo entre seus interesses e os da burguesia... A greve é uma guerra e as massas populares não se organizam senão no curso e por meio da guerra que arranca cada trabalhador do isolamento ordinário. A guerra une-o a outros trabalhadores em nome de uma mesma paixão, de um único objetivo (...) As greves despertam nas massas populares os instintos sociais revolucionários que dormem no fundo de cada trabalhador, fazendo com que a propaganda entre eles seja extraordinariamente fácil... A greve é o melhor meio para arrancar os trabalhadores da influencia política da burguesia. Sim, as greves são uma grande coisa. Criam, multiplicam, organizam e formam os exércitos do trabalho, que devem quebrar e vencer a força do Estado burguês...” (Mikhail Bakunin, “Sobre las huelgas”)

O mês de fevereiro de 2014 ficará marcado na memória dos trabalhadores da indústria de saneamento do Distrito Federal. Não apenas como um mês de dor, pela perda de um irmão trabalhador vítima de um acidente de trabalho, mas também como um mês de luta e ação por justiça e melhores condições de vida. Ficará marcado também pelos importantes passos dados pelo SINDÁGUA-DF (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos) no sentido de aprofundar uma política classista e em defesa da ação direta dos trabalhadores.
Na primeira semana de fevereiro, mais precisamente em uma quinta-feira (06/02), o operário Luciano Almeida da Silva, de 36 anos, funcionário terceirizado da empresa GeoBrasil, morreu afogado enquanto fazia com mais cinco trabalhadores a manutenção em uma adutora da CAESB (Companhia de Saneamento Ambiental do DF) que havia rompido na avenida EPTG. Além de Luciano, um dos trabalhadores teve ferimentos leves, três ficaram com ferimentos graves (ficando diversos dias hospitalizados), e um deles felizmente ficou ileso. Segundo uma nota distribuída em um piquete de protesto organizado pelo Sindágua:
Os trabalhadores que sofreram essa barbaridade eram plantonistas e começaram a trabalhar às 7h da quarta-feira, deveriam ir para suas casas às 19h, termino do plantão. Entretanto, foram chamados para consertar a referida adutora durante toda a noite e madrugada até o segundo rompimento da rede na manhã de quinta feira. Dessa forma, Luciano e seus demais colegas de equipe trabalharam por 27 horas seguidas.
Ou seja, as condições impostas eram desumanas! E por isso revelam a face mais funesta e o objetivo maior da terceirização: a exploração de cada gota de suor e de sangue do trabalhador, para depois o descartar sem a menor garantia, seja demitindo ou até mesmo matando.
A morte de Luciano ocorreu em meio ao sensacionalismo da mídia e do Estado em torno da morte do cinegrafista no Rio de Janeiro, sedentos por um motivo para aumentar a repressão policial aos manifestantes, e como já era de se esperar nenhuma palavra sequer foi dada, nenhuma lágrima sequer foi rolada para o operário assassinado pelas péssimas condições de trabalho e pela superexploração. O “humanismo” da burguesia é realmente muito seletivo aos seus interesses: o que ocorreu no Rio de Janeiro foi uma “tentativa de assassinato”, e o que ocorreu ao operário morto na adutora da EPTG (e que ocorre todos os dias nos mais diversos cantos de nosso país) foi uma “fatalidade”, uma “exceção”.
Sabemos que Luciano não foi o primeiro trabalhador assassinado vítima das condições de trabalho impostas pelos patrões a fim de aumentar seus lucros. Milhares de outros trabalhadores morreram, foram mutilados ou feridos em condições parecidas, nas obras do PAC, canteiros de obras, nas obras dos estádios, nas fábricas, nas escolas. A burguesia sempre tratou de considera-los como meros números de estatísticas e se omitir da real origem desses acidentes de trabalho: não foram descuidos ocasionais, fatalidades, exceções. A mutilação do trabalhador é a regra do capitalismo. A cada dia o povo morre um pouco em seu trabalho, explorado pelo patrão. Volta para casa em um ônibus lotado, vendo seu suor e sua vida sendo extorquida para engordar meia dúzia de parasitas.
Mas os trabalhadores em saneamento do DF chegaram a conclusão certa: ninguém fará pelos trabalhadores o que só interessa a eles mesmos. Os patrões e o governo não lhes darão melhores condições de vida, eles terão que lutar para isso, terão de arrancar essas conquistas. Pela força se for necessário, e a força coletiva dos trabalhadores possui um grande poder. Por isso não podemos esperar nenhum pesar sincero por parte dos patrões e do Estado, esperaríamos por lágrimas de crocodilo. No entanto, por parte dos camaradas de trabalho, dos camaradas de sofrimento e de luta, é que devemos esperar sempre o sentimento sincero de pesar, de lembrança, e da força necessária para lutar por justiça e direitos. E foi isso que presenciamos nos dias que se seguiram após a morte do camarada Luciano.
A tragédia ocorreu um dia antes da abertura dos trabalhos do VIII CONSAN (Congresso dos Trabalhadores em Saneamento), este por sua vez pautou do início ao fim as origens da precarização do trabalho (seja para os efetivos ou terceirizados), os métodos de luta para combatê-la, as reivindicações, etc. Um dia após o Congresso, dia 10/02 (segunda-feira), o Sindágua organizou um protesto que reuniu cerca de 300 operários e paralisou as atividades da sede da CAESB. Na semana seguinte a mobilização da categoria continuou, e os trabalhadores dessa vez fecharam a mesma avenida (EPTG) com uma pequena barricada de paus, pneus e com faixas de protesto. Na ocasião, a assembleia que ocorria na porta da empresa, foi transferida para a rua. Nesses dois atos a presença dos terceirizados lutando ombro-a-ombro com os caesbianos foi nítida, demonstrando a ilusória e prejudicial divisão daquela categoria e, acima de tudo, a necessidade de unificação pela base. Como continuidade dessa mobilização, nos dias 06 e 07/03, a exatamente um mês da morte de Luciano, os trabalhadores terceirizados da empresa MPE cruzaram os braços, exigindo o fim dos atrasos no vale alimentação e transporte. Até agora os direitos ainda não foram pagos e novas paralisações e lutas ainda estão por vir.

  1. O Congresso dos Trabalhadores em Saneamento e a ação direta proletária: um contraponto a burocracia sindical do DF
O VIII Congresso das Trabalhadoras e Trabalhadores em Saneamento do DF (CONSAN) que ocorreu nos dias 07, 08 e 09 de fevereiro, reuniu delegados eleitos nas bases, membros da diretoria colegiada, e organizações e militantes apoiadores (dentre elas a Rede Estudantil Classista e Combativa – RECC e o Fórum de Oposição pela Base –FOB), e teve como tema: “Organizar a classe trabalhadora para enfrentar o Capital”. Apesar de não contar com a ampla participação que aquele espaço merecia, o que evidencia uma necessidade constante de se avançar no trabalho de base, o Congresso contou com debates de altíssima qualidade. Na verdade, foi um momento central para os trabalhadores e os militantes debaterem não apenas as condições imediatas da categoria, mas para compreender como o sistema capitalista, a crise econômica, os conflitos entre as classes sociais e as formas como esses conflitos se desenvolvem, como todos esses elementos possuem impactos diretos sobre os operários da CAESB. A temática das “Jornadas de Junho” de 2013 esteve presente em quase todas as mesas e polêmicas.
Os encaminhamentos gerais do VIII CONSAN expressaram avanços importantes na concepção sindical classista e combativa dos trabalhadores do saneamento. Primeiramente, a política geral de unidade com os demais movimentos sociais, populares e estudantis foi mantida enquanto entendimento de que a classe trabalhadora está muito além da esfera regular e sindicalizada. Mais do que palavras mortas (como fazem os pelegos), todos estavam cientes e convictos que devem continuar essa política de solidariedade classista na prática.
Como desenvolvimento da crítica às divisões internas da classe trabalhadora ocasionadas pelas terceirizações e reproduzidas pela burocracia sindical, o CONSAN deu um passo fundamental em unir o que a burguesia e as burocracias separaram: deliberou por ampla maioria que o Sindágua está a serviço da luta dos trabalhadores em saneamento, sejam eles concursados ou terceirizados, e irá ajudar na organização da luta dos terceirizados. Se a terceirização é tão difundida por ser um mecanismo rentável à burguesia, é lutando pelos seus direitos que os próprios terceirizados estarão dando o melhor combate à raiz da terceirização.
Algumas outras deliberações marcaram a combatividade, independencia e solidariedade de classe dos trabalhadores em saneamento. Os delegados deliberaram por ampla maioria se unir aos movimento contra os efeitos dos megaeventos e apoiar a campanha “Não tem direitos? Não vai ter Copa!”. Outra importante deliberação foi a construção de um Seminário “Não Vote, Lute!” que debata as eleições burguesas de 2014 e a alternativa para a classe trabalhadora frente a farsa eleitoral. Além disso, será feita nesse primeiro semestre uma “Campanha regional contra o assédio moral e a repressão aos movimentos sociais e seus militantes”, tendo como objetivo dar continuidade a denúncia das perseguições políticas, do assédio moral no local de trabalho, bem como se solidarizar a esses militantes e trabalhadores perseguidos, tal como é o caso do histórico militante e perseguido político o professor Marcleo Rosseli.
Muito mais do que uma simples “palavra de ordem” ou discurso demagógico de burocratas, a ação direta dos trabalhadores que foi debatida no CONSAN foi também logo em seguida levada à prática nos atos que se seguiram em denuncia a morte do camarada Luciano e na própria greve dos terceirizados da MPE. Os trabalhadores passam a perceber que mais do que caos e destruição, e mais do que uma “tática” possível dentre várias outras (como buscam ressaltar os oportunistas), a Ação Direta é um princípio e uma estratégia de luta dos trabalhadores. Ela significa que os trabalhadores não esperam mais por políticos ou por nenhum salvador que não seja a sua própria luta e organização. Os trabalhadores através de sua ação direta (sem intermediários) irão tomar as rédeas de seu destino e combater seus inimigos (patrões, governos e burocracias). Isso é o que ocorreu nas Jornadas de Junho de 2013, e essa concepção é que devemos levar aos locais de trabalho.

  1. O desafio dos revolucionários frente ao avanço da repressão estatal e da crise de organização da classe trabalhadora

Em maio de 2013 ocorreu o primeiro treinamento das forças repressiva dos Estado nos centros de trabalho da CAESB. Segundo informações da imprensa burguesa: “Os exercícios (...) envolveram 120 agentes e militares das Forças Armadas, do Comando de Operações Especiais, do Corpo de Bombeiros, do Samu-DF e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)”. Além disso, ocorreu no dia 27 de novembro de 2013 a primeira reunião para tratar sobre a segurança pública nos dias de jogos da Copa do Mundo e empresas públicas estratégicas como a CAESB e CEB (Companhia Energética de Brasília) estavam presentes. A denuncia feita por trabalhadores de que a perspectiva do governo é ocupar militarmente os postos de trabalho da CAESB durante os jogos de Copa do Mundo é cada vez mais visível. A questão é: a repressão nacional a todo e qualquer protesto será a regra dos governos estaduais e federal e a Lei Geral da Copa é um instrumento legal para o “Estado de Sítio”.
Nesse sentido, os trabalhadores e militantes revolucionários terão grandes desafios mais também grandes possibilidades nesse ano de 2014. Se por um lado cresce a repressão, por outro e mais avassalador, cresce a revolta do povo contra suas péssimas condições de vida. Nas favelas, nos locais de trabalho, nas escolas, o povo desenvolve sua luta, enfrentando a repressão policial, a intransigência dos patrões e as burocracias sindicais e partidárias. Nesse momento, não podemos nem subestimar a repressão nem se aterrorizar e acha-la invencível, pois não é. O movimento sindical revolucionário, como dos trabalhadores em saneamento, deve aproveitar esse ano para aprofundar sua linha política classista e internacionalista, dar um passo a frente na aliança com os trabalhadores de outras categorias, com as oposições, e ser uma referencia de luta contra as burocracia sindicais e partidárias.
Por isso, devemos esse ano levantar em alto e bom som: Chega de ver seus nossos irmãos sendo mortos, demitidos injustamente, ver os salários atrasados por vários meses, não ter férias, Nós queremos receber um salário digno, a alimentação e o transporte de qualidade!
CAMARADA LUCIANO, PRESENTE!
VIVA A LUTA DOS TRABALHADORES TERCEIRIZADOS!
ABAIXO A TERCEIRIZAÇÃO E A PRIVATIZAÇÃO! NÃO PL 4330! NÃO ÀS PPP’s!
RECONSTRUIR O SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO!
VIVA OS TRABALHADORES EM SANEAMENTO E O SINDÁGUA-DF!

terça-feira, 18 de março de 2014

RAP GARIS INSURGENTES

A Luta por Transporte Público de Qualidade no DF!!!

No dia 17 de março @s trabalhador@s e estudantes do entorno do DF fecharam a BR-040 no entorno do DF em protestos pela melhoria do transporte público até o centro de Brasília. A superlotação dos ônibus e a péssima qualidade do transporte público foi o principal motivo para a revolta popular. 
Mais uma vez a polícia reprimiu os manifestantes que resistiram a ação da PM e da PRF. Dois ônibus foram queimados e outros apedrejados no confronto com as forças repressoras.
TODO APOIO A LUTA DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO ENTORNO DO DF! 

 

quinta-feira, 13 de março de 2014

REPRESSÃO AOS OPERÁRIOS DO COMPERJ



Na última quarta-feira, dia 12 de março, os operários do COMPERJ em greve a mais de 30 dias foram reprimidos pela Polícia Militar a mando dos governos e das empresas que prestam serviço para a Petrobras. Os trabalhadores enfrentam não só o Estado e o Patrão como o Sindicato, filiado a CUT, que estão ao lado dos patrões, contra os trabalhadores.

Avante Operários do COMPERJ!!!
Abaixo a Burocracia Sindical!!

Organização pela Base e Ação Direta!!!

terça-feira, 11 de março de 2014

Campanha Construir a Greve Geral

Panfleto do FOB para o dia 12/03: Lançamento da Campanha Construir a Greve Geral!  
Rumo à Greve Geral:
Se não vai ter direitos para o povo, Não vai ter Copa!


          Trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, juventude, o povo! O ano de 2014 é um ano em que a agressão contra o povo se aprofunda. Os Governos de todos os Partidos (PT, PCdoB, PMDB, PSDB e etc.) estão atacando os direitos do povo trabalhador e explorado.
       As remoções acabam com o direito a moradia. O transporte precário, trens e ônibus lotados, em que passageiros são tratados como objetos sem valor. Milhões e milhões vão parar nos bolsos dos megaempresários. A violência e brutalidade policial contra os moradores de periferias e favelas avança. Querem impor uma ditadura para calar o protesto popular.
        As centrais sindicais e a grande maioria dos sindicatos estão de mãos dadas com os patrões e os governos. As centrais sindicais (CUT, CTB, Força Sindical, CSP-Conlutas) se unem não para defender os trabalhadores, mas para defender os interesses dos governos. Impedem a luta dos trabalhadores como aconteceu com a greve dos professores e profissionais da educação do Rio de Janeiro e São Paulo. Como está acontecendo com os trabalhadores da Comlurb, os pelegos dos sindicatos querem que tudo fique no marasmo.
         Por isso é hora dos trabalhadores darem o troco. O Governo sacrificou todos os direitos básicos para fazer uma Copa do Mundo. Copa essa que vai dar muito dinheiro aos megampresários e as máfias do futebol. Enquanto isso o povo brasileiro sofre nos hospitais, nas ruas, com inundações e péssimos serviços. E quando protestam são acusados de criminosos e vândalos. Criminosos são os governos federal, estaduais e municipais. Eles são assassinos e ladrões. É hora de nos organizarmos para dar o troco. Precisamos realizar uma greve geral de protesto. Parar o trabalho nas lojas, nos restaurantes, nos ônibus, metros, aviões, fábricas, campos, escolas e universidades. É preciso parar o Brasil para dizer queremos nossos direitos. É preciso construir uma greve geral para junho de 2014, cruzar os braços e ir para ruas para protestas e exigir: saúde, educação, transporte, liberdade de organização.
        Vamos lutar por reivindicações que beneficiarão o povo trabalhador e explorado. Por isso exigimos:
 
1) aumento Geral dos Salários e do salário mínimo;
 
2) arquivamento do PL 4330 (projeto de lei que transformará os terceirizados em verdadeiros escravos); passe-livre irrestrito para todos os estudantes;
 
3) tarifa zero nos transportes urbanos sem subsídios às empresas;
 
4) assentamento de todas as famílias removidas em habitações populares dignas; 
paralisação imediata de todas as remoções em razão das grandes obras;
 
5) Demarcação da Aldeia Maracanã como terra indígena; arquivamento dos PL’s/ ADIN de revisão das demarcações das terras indígenas e quilombolas e conclusão de todas as demarcações suspensas por processos judiciais.
 
6) Educação: atendimento às pautas de reivindicação de docentes das universidades e escolas federais, estaduais e municipais relativas à carreira, salário e autonomia pedagógica.
 
7) Libertação de todos presos políticos e extinção de todos os processos criminais e administrativos; anulação da Lei Geral da Copa.
 
Se não temos esses direitos, não vai ter copa. Vamos parar o Brasil!

segunda-feira, 10 de março de 2014

Trabalhadores do COMPERJ em GREVE!!!

Os trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) completaram 33 dias de greve nesta segunda-feira (10), quando a categoria realizou uma assembleia com cerca de 20 mil trabalhadores e, por unanimidade, manteve a paralisação. Os trabalhadores, assim como na greve dos professores do RJ de 2013 e dos Garis de 2014, enfrentam não só os patrões e o estado como a pelego Sindicato dos Trabalhadores do Plano da Construção, Montagem e Manutenção de São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom), filiado a CUT, que representa os 29,2 mil trabalhadores do Comperj. Os operários já queimaram uma caminhonete em 5 de fevereiro, ainda nos primeiros protestos, e sofreram tentativas de assassinato com dois feridos atingidos por capangas.  
Os trabalhadores das obras do Comperj reivindicam:
  • reajuste salarial de 11,5%;
  • elevação do vale alimentação para R$ 450/Mês.
 TODO APOIO A LUTA DOS TRABALHADORES DO COMPERJ!! 
ABAIXO A BUROCRACIA SINDICAL!!! 
MOBILIZAÇÃO PELA BASE e pela via da AÇÃO DIRETA!!!!




sexta-feira, 7 de março de 2014

DA LINHA DE FRENTE NINGUÉM ME TIRA! 8 de Março – Dia Internacional da Mulher Trabalhadora

DA LINHA DE FRENTE NINGUÉM ME TIRA! 
8 de Março – Dia Internacional da Mulher Trabalhadora
O capitalismo apenas concedeu às mulheres trabalhadoras a dupla-exploração e a superexploração. Ao passo que aumenta a participação das mulheres no mercado, cresce a informalidade\precarização entre elas. Essa tendência se intensifica em função da Copa, com as remoções e a especulação imobiliária, o deslocamento dos postos de trabalho, a instabilidade no emprego e o arroch­o salarial, que empurram ainda mais a mulher trabalhadora para a informalidade. As mulheres constituem grande parte do proletariado marginal e sendo parte da classe trabalhadora e oprimida, se indigna e luta.
Desde o início das jornadas de ju­nho em 2013 é nítida a predominância da estudantada e proletariado marginal nas ma­nifestações; logo, também é notória a parti­cipação das mulheres nos atos mais combati­vos e na linha de frente destes, atuando de forma intensa, contínua e crescente nas ruas, assumindo tarefas cada vez mais ousadas e ofensivas.
 Nas manifestações é evidente que os agentes de repressão do Estado têm como alvo tático as mulhe­res. Ademais da re­pressão violenta e generalizada nos atos, as detenções das ma­nifestantes, via-de-regra, são acompa­nhadas de assédio e abuso sexual, além de depreciação misó­gina. O Estado, reco­nhecendo nas mulhe­res uma ameaça ao sistema de exploração-opressão, tratou de recrutar um enorme con­tingente de policiais femininas, neo-capitãs do mato, para atuarem objetivamente contra as mulheres do povo.
Os inimigos de classe e seu "femi­nismo" burguês, apoiando-se e apoiados pela mídia (burguesa) de massa, ansiosos por en­quadrar as mulheres num ideal de feminili­dade, assustam-se ao ver corpos femininos reincorporando a agressividade e combativi­dade que a sistemática domesticação bur­guesa (e patriarcal) tentou aplacar. 
No campo, historicamente, as mulhe­res desempenharam papéis decisivos na luta pela terra. São incontá­veis as lideranças cam­ponesas mulheres atu­antes e alarmante é o número destas assassi­nadas pelo Estado e pelo latifún­dio\agronegócio. Tam­bém, nota-se que na medida em que os dife­rentes povos indígenas reconhecem a impor­tância da mulher não apenas na organização interna de suas comunidades, mas na for­mulação de estratégias de luta por direitos e território, avançam mais consistentemente em direção aos seus objetivos. Ao longo dos últimos anos, as mulheres indígenas vêm se destacando como referência política inclu­sive para os não-índios.  
A cultura da subserviência sexual e de violência doméstica\familiar também servem como dispositivos de amansamento da mu­lher proletária, consequentemente são ferra­mentas de dominação de classe. Portanto, é preciso apontar que o opressor machista age indiretamente em favor dos exploradores. Neste sentido, é urgente combater o ma­chismo que se manifesta também no seio da classe trabalhadora. Ele age para nos divi­dir. Não se pode reivindicar o classismo sem incorporar a luta pela emancipação inte­gral da mulher (econômica, política, sexual, cultural e etc.). O povo só se liberta quando todas suas frações e grupos se libertam.
Nos primeiros grandes atos de 2013, parte dos manifestantes, tomados por senti­mentos paternalistas, clamavam às comba­tentes que recuassem. Mas, com a progressão dos atos e com a intransigência destas mu­lheres, que não admitem serem me­ras espectadoras de suas próprias batalhas, coube aos homens dizer “Avante, lutadoras!” e marchar ao lado delas, confiantes, ombro-a-ombro, rumo à emancipação integral do proletariado e de suas frações marginais.
Da linha de frente ninguém me tira” é a resposta das mulheres combativas ao Es­tado e ao machismo. Não basta apenas mo­bilizar as mulheres para que tomem as ruas, mas exigir dos homens que as reconheçam como companheiras de luta e heroínas do povo, que as respeitem e que se solidarizem a elas, em toda parte e sempre. Homens e mulheres trabalhadoras: somos uma só classe!




Avante mulheres Black Blocs!
Pela construção de comitês de autodefesa das mulheres!
Combater o machismo é tarefa revolucionária!
NÃO VAI TER COPA!!!

ASSINAM ESSE MANIFESTO:
Fórum de Oposições pela Base – FOB
Rede Estudantil Classista e Combativa – RECC
Aliança Classista Sindical – ACS
Oposição de Resistência Classista – ORC
Coletivo Aurora
Liga Sindical Operária e Camponesa – LSOC