DA LINHA DE FRENTE NINGUÉM ME TIRA!
8 de Março – Dia Internacional da Mulher Trabalhadora
O
capitalismo apenas concedeu às mulheres trabalhadoras a
dupla-exploração e a superexploração. Ao passo que aumenta a
participação das mulheres no mercado, cresce a
informalidade\precarização entre elas. Essa tendência se
intensifica em função da Copa, com as remoções e a especulação
imobiliária, o deslocamento dos postos de trabalho, a instabilidade
no emprego e o arrocho salarial, que empurram ainda mais a
mulher trabalhadora para a informalidade. As mulheres constituem
grande parte do proletariado marginal e sendo parte da classe
trabalhadora e oprimida, se indigna e luta.
Desde
o início das jornadas de junho em 2013 é nítida a
predominância da estudantada e proletariado marginal nas
manifestações; logo, também é notória a participação
das mulheres nos atos mais combativos e na linha de frente
destes, atuando de forma intensa, contínua e crescente nas ruas,
assumindo tarefas cada vez mais ousadas e ofensivas.
Nas
manifestações é evidente que os agentes de repressão do Estado
têm como alvo tático as mulheres. Ademais da repressão
violenta e generalizada nos atos, as detenções das manifestantes,
via-de-regra, são acompanhadas de assédio e abuso sexual, além
de depreciação misógina. O Estado, reconhecendo nas
mulheres uma ameaça ao sistema de exploração-opressão,
tratou de recrutar um enorme contingente de policiais femininas,
neo-capitãs do mato, para atuarem objetivamente contra as mulheres
do povo.
Os
inimigos de classe e seu "feminismo" burguês,
apoiando-se e apoiados pela mídia (burguesa) de massa, ansiosos por
enquadrar as mulheres num ideal de feminilidade,
assustam-se ao ver corpos femininos reincorporando a agressividade e
combatividade que a sistemática domesticação burguesa (e
patriarcal) tentou aplacar.
No
campo, historicamente, as mulheres desempenharam papéis
decisivos na luta pela terra. São incontáveis as lideranças
camponesas mulheres atuantes e alarmante é o número
destas assassinadas pelo Estado e pelo latifúndio\agronegócio.
Também, nota-se que na medida em que os diferentes povos
indígenas reconhecem a importância da mulher não apenas na
organização interna de suas comunidades, mas na formulação
de estratégias de luta por direitos e território, avançam mais
consistentemente em direção aos seus objetivos. Ao longo dos
últimos anos, as mulheres indígenas vêm se destacando como
referência política inclusive para os não-índios.
A
cultura da subserviência sexual e de violência doméstica\familiar
também servem como dispositivos de amansamento da mulher
proletária, consequentemente são ferramentas de dominação de
classe. Portanto, é preciso apontar que o opressor machista age
indiretamente em favor dos exploradores. Neste sentido, é urgente
combater o machismo que se manifesta também no seio
da classe trabalhadora. Ele age para nos dividir. Não
se pode reivindicar o classismo sem incorporar a luta pela
emancipação integral da mulher (econômica, política,
sexual, cultural
e etc.). O povo só se liberta quando todas suas frações e
grupos se libertam.
Nos
primeiros grandes atos de 2013, parte dos manifestantes, tomados por
sentimentos paternalistas, clamavam às combatentes que
recuassem. Mas, com a progressão dos atos e com a intransigência
destas mulheres, que não admitem serem meras espectadoras de
suas próprias batalhas, coube aos homens dizer “Avante,
lutadoras!” e marchar ao lado delas, confiantes, ombro-a-ombro,
rumo à emancipação integral do proletariado e de suas frações
marginais.
“Da
linha de frente ninguém me tira” é a resposta das mulheres
combativas ao Estado e ao machismo. Não basta apenas mobilizar
as mulheres para que tomem as ruas, mas exigir dos homens que as
reconheçam como companheiras de luta e heroínas do povo, que as
respeitem e que se solidarizem a elas, em toda parte e sempre. Homens
e mulheres trabalhadoras: somos uma só classe!
Avante
mulheres Black Blocs!
Pela
construção de comitês de autodefesa das mulheres!
Combater
o machismo é tarefa revolucionária!
NÃO
VAI TER COPA!!!
ASSINAM ESSE
MANIFESTO:
Fórum de
Oposições pela Base – FOB
Rede Estudantil
Classista e Combativa – RECC
Aliança
Classista Sindical – ACS
Oposição de
Resistência Classista – ORC
Coletivo Aurora
Liga Sindical
Operária e Camponesa – LSOC
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