APRESENTAÇÃO

Este portal é fruto da Plenária dos Movimentos de Base realizado no Congresso da Classe Trabalhadora (CONCLAT), nos dias 05 e 06 de junho de 2010 na cidade de Santos. O Fórum tem como objetivo organizar a luta dos trabalhadores pela base e por isso se constitui com ativistas, militantes, oposições e organizações por local de trabalho, estudo e moradia. Suas ações são pautadas no classismo e na solidariedade de classe, de modo a romper o legalismo e o corportivismo. Tal Fórum compreende a necessidade de um movimento de oposição pela base que seja anti-governista, combativo e classista, ou seja, não concilie com o governismo e lute pelo fim da estrutura sindical (imposto sindical, carta sindical e unicidade sindical).

“A emancipação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores”

domingo, 1 de setembro de 2013

A Luta por Direitos Dentro das Universidades:o Caso dos Terceirizados da UFRRJ

          Nós, dos Comitês de Mobilização de Seropédica e Nova Iguaçu, nos posicionamos aqui sobre a ocupação da Direção do IM, resposta dos estudantes às demissões de quatro trabalhadores terceirizados. Antes de tudo é preciso analisar os fatos. Os trabalhadores terceirizados, na condição de precarização, tem seus direitos trabalhistas e de organização sistematicamente negados e violados pelas empresas e administrações. Essa é uma política neoliberal de Estado, executada pelos Governos FHC, Lula e Dilma. Na UFRRJ, hoje, vários trabalhadores apresentaram queixas contra o não cumprimento de direitos trabalhistas (recolhimento de FGTS e INSS sem repasse, atraso de salários e das férias, não fornecimento de equipamento de proteção do trabalho, entre outros). Os Comitês de Mobilização primeiro solicitaram esclarecimentos da UFRRJ, os quais indicaram apenas que o problema já havia sido "resolvido" .
        Porém os trabalhadores continuavam com seus direitos negados. Nesse sentido, os Comitês realizaram uma campanha exigindo democraticamente os direitos dos terceirizados. Surpreendentemente, neste contexto, quatro trabalhadores/as foram demitidos no IM/Campus Nova Iguaçu (justamente os mesmos que haviam ousado questionar essa violação de direitos). Essa ação indignou os estudantes que realizaram uma ação de solidariedade: a ocupação, já que a Direção insiste em negar um problema e insiste em negar o que os trabalhadores afirmam: que seus direitos continuam sendo negados. Por isso a ação é justa. Os trabalhadores "invisíveis", os terceirizados e a repressão contra os mesmos, precisam ser visibilizados. A  ação é legítima e os Comitês de Mobilização estão do lado de quem luta e mobiliza por direitos. Por isso conclamamos estudantes, docentes e técnicos-administrativos a não se deixarem  desviar do foco: a luta contra a precarização das condições de trabalho deve abranger a luta contra a negação dos direitos trabalhistas e de organização dos terceirizados.
Querer desviar a luta para questões "de quem é melhor gestor da universidade" é a estratégia dos que não estão participando ativamente da mobilização e da própria instituição que insiste em negar a precaridade generalizada da vida da universidade. A luta por direitos coletivos e contra a discriminação é uma realidade, e foi impulsionada pelas mobilizações de junho. É inegável que a juventude e os trabalhadores querem mudanças. A ocupação da Direção do IM é a manifestação deste estado de espírito dentro da UFRRJ. É a luta contra a discriminação dos trabalhadores/as que são invisibilizados e discriminados por relações de trabalho opressivas. Uma universidade não pode conviver com violação de direitos básicos. Por isso dizemos: não nos enganemos, a luta é para defender os trabalhadores (Irene, Isabel, Alex e Alessandra), que tem famílias e direitos e foram demitidos sem aviso prévio ou justificativa. E, acima de tudo: é a luta pelos direitos trabalhistas de todas as Irenes, Isabeis, Alexes e Alessandras que continuam, em sua invisibilidade, trabalhando dentro de nossa universidade em condições precárias e sem acesso aos direitos básicos de todo trabalhador. Isso não é de  esponsabilidade exclusiva da empresa “Digna”, que detem o contrato de prestação de serviços com a  universidade, que insiste em manter e renovar um contrato com um grupo empresarial que nega os direitos trabalhistas mais fundamentais a seus funcionários. A Administração da UFRRJ, seja a central ou de suas sub-unidades é coresponsável por essas violações. Se calar ou adotar medidas paliativas é ser cúmplice da “Digna”. De que lado ficar: de quem não cumpre com suas obri gações e reprime ou de quem luta por direitos e é reprimido? Nós estamos do lado de quem luta!
 
Assinam este documento: 

Comitê Popular de Mobilização da Rural de Nova Iguaçu 
Comitê de Mobilização da UFRRJ

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