Publicamos novamente análise do último processo eleitoral do SINTRASEF, ocorrido em 2010. A situação de 2011 provou mais uma vez as análises corretas feitas pelo Fórum de Oposições. Desrespeito as bases da categoria, assinatura de acordos rebaixados com o governo, defesa do governo, estímulo ao corporativismo por meio de lutas fragmentadas por carreiras transversais e de estado.
É notório o desgaste do SINTRASEF junto aos trabalhadores do serviço público federal no Rio de Janeiro nos últimos anos. O grande número de desfiliações, a pouca representatividade nos encontros nacionais e assembleias, a falta de articulação das greves e dos poucos atos ocorridos, levam a um diagnóstico de elevada burocratização da entidade sindical, com grave alienação do poder de decisão dos trabalhadores por ela representados.
Poucas assembleias, negociações realizadas no âmbito governamental (mesas de negociação) com pouquíssimo conhecimento dos trabalhadores representados, das suas bases, muita contra-informação, prazos exíguos para o debate com os trabalhadores, sempre pressionados por decisões imediatistas, geralmente favoráveis ao governo - tais fatos não passam despercebidos pelos trabalhadores das instituições federais, haja vista o irrisório quorum atingido nas recentes eleições para a diretoria do sindicato. Participaram do processo eleitoral apenas 2625 votantes, dos quais 1518 optaram por eleger a chapa com o projeto de continuidade em relação à diretoria que encerra agora o seu mandato.
Neste processo eleitoral, duas chapas concorrentes disputaram a direção do sindicato,
uma ligada à corrente Articulação do PT e a outra, vitoriosa no processo, ligada ao grupo
dos “independentes” com o Movimento Luta de Classes/PCR. Na verdade os dois grupos faziam parte da diretoria que se elegeu através de fraudes e se mantiveram na direção através da violência, com contratação de capangas armados.
No Rio de Janeiro, o PSTU, em busca do mal menor, tornou público seu “apoio crítico” à chapa dos independentes, por ver nesta um
comprometimento menor com os interesses governamentais, se comparada à chapa da Articulação do PT. Tal posicionamento não é nenhuma novidade, uma vez que este partido já se aliou com a Corrente Sindical Classista/PCdoB, a própria Articulação (PT) e a DS (PT), ou seja, estava sempre do lado daqueles que defenderam a política do governo petista. Além disso, se aliou a burocratas sindicais, como Josemilton, comprometidos com o atual processo de burocratização do sindicato.
No entanto, o debate necessário não é o do maior ou menor comprometimento de nossas representações com a cartilha governamental, e sim o rompimento com a aliança velada com o governo e o fim das práticas corporativistas que tanto enfraquecem nossas lutas. Devemos romper com as negociações fragmentadas e com as lutas corporativistas isoladas, típicas do sindicalismo de resultados, no qual o fim imediato justifica os meios. Portanto, o caminho é construir organizações unificadas de luta pela base, com foco em conquistas reais.
O que se tem visto é o encaminhamento das negociações com o governo de forma isolada para cada categoria do serviço público, onde imperam interesses corporativistas, e nas quais quem mais ganha é o governo, não os trabalhadores .
Apesar dos aumentos percentuais comemorados pela direção do sindicato, o maior ganho foi em cima de gratificações produtivistas, que não dão qualquer garantia ao trabalhador. Também foram vendidos direitos importantes dos trabalhadores, como a paridade ativo-aposentado e o interstício de 12 meses para a progressão funcional, agora fixado em 18 meses, gerando casos em que o trabalhador atinge idade para aposentadoria sem estar ainda no último nível da tabela. Quem ganhou de verdade?
A pergunta que se coloca é: Como reverter o quadro atual?
Algumas ações são possíveis e urgentes:
1) Congregar trabalhadores em seus locais de trabalho. O sindicato é composto por trabalhadores e não por partidos políticos, coletivos políticos e correntes;
2) Recusar propostas de conciliação com o governo;
3) Organizar uma oposição sindical com base na solidariedade de classe , o que significa romper com o isolacionismo das lutas;
4) lutar contra os cargos vitalícios com direções que não tiveram renovação real. Por isso é necessário mandatos imperativos e revogáveis a qualquer momento.
Um comentário:
Acompanhem e divulguem as atualizações no sítio da RECC:
www.redeclassista.blogspot.com
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