- Nota da Intersindical sobre o Conclat dos dias 5 e 6 de junho de 2010 em Santos
- Nota oficial da Conlutas sobre os acontecimentos dos Congressos da Conlutas e Conclat
- NOTA Unidos Pra Lutar: O PSTU é o responsável pelo impasse na construção da Nova Central
- Nota do Movimento Avançando Sindical - MAS - sobre o CONCLAT
- Nota do Terra Livre e MPRA sobre o Conclat
- Nota da Luta Marxista: NOVA CENTRAL NASCEU MORTA
- LBI: Conclat, a montanha que pariu um rato
- LBI: PSTU se une ao MTL, a ala Marina Silva do PSOL
- Nota da LER-QI: EXPLODE O CONCLAT: Polarizado na questão do nome e silencioso nas necessidades da classe trabalhadora
- Matéria na Caros Amigos: Conclat termina em impasse entre Intersindical e Conlutas
LIQUIDAÇÃO DA CONLUTAS E FRACASSO DO CONCLAT: O DESTINO DO OPORTUNISMO É A DERROTA DA CLASSE
UNIPA – União Popular Anarquista
Nos dias 03 e 04 de junho aconteceu o II congresso nacional da CONLUTAS e, nos dias 05 e 06 houve o Congresso Nacional da Classe Trabalhadora - CONCLAT, este último convocado para a unificação da CONLUTAS com a INTERSINDICAL. O resultado final de ambos os congressos foi um retumbante fracasso. Infelizmente, tal fracasso não foi apenas o dos objetivos oportunistas de PSOL e PSTU, também foi uma derrota da classe trabalhadora em relação às tarefas organizativas essenciais que precisamos cumprir para fazer frente ao governismo, que impõe a apatia e o imobilismo aos trabalhadores com o objetivo de facilitar a deterioração das nossas condições de trabalho e o ataque de governos e patrões aos nossos direitos.
A UNIPA combateu e combate o oportunismo do PSTU, setor majoritário da falecida CONLUTAS.[i] A exatamente 4 anos atrás nós afirmávamos:
“...a nova central (CONLUTAS) deve ser entendida como o grande campo anti-governista do Brasil e, como tal, deve ser disputada pelos revolucionários, para que o oportunismo eleitoral e as tendências burocratizantes do campo majoritário não prevaleçam.A tarefa agora é consolidar a CONLUTAS enquanto entidade representante do setor anti-governista da classe trabalhadora, para isso sua construção pela base tem que ser fomentada. Portanto, se faz necessária a construção de uma política efetiva de atração das demais frações do proletariado brasileiro. Ao mesmo tempo é urgente o estímulo a organização das oposições sindicais dos setores privados.” (CONAT: A construção da Central do proletariado Brasileiro. In: Causa do Povo, 25, junho/julho 2006. Encontrado: www.uniaoanarquista.org)
Infelizmente, as tendências burocratizantes que combatíamos levaram o PSTU muito precocemente à uma política de liquidação da CONLUTAS para adequar-se às exigências chantagistas de setores do PSOL que se negaram a romper com o governismo no movimento sindical/popular. Assim, viu-se uma CONLUTAS, guiada por seu setor majoritário, que abdicou de todas as tarefas essenciais para sua consolidação, como a construção pela base, a organização das oposições sindicais e a integração das frações mais exploradas do proletariado. Indo justamente contra as tarefas que deveria cumprir, o setor majoritário insistiu no chamamento da INTERSINDICAL para-governista para integrar-se ao projeto, mesmo tendo consciência que isto acabaria com o caráter anti-governista que era fundamental para a CONLUTAS.
A exclusão dos trabalhadores pelo setor majoritário da CONLUTAS.
Desde o início das negociatas entre PSTU e PSOL, em curso desde 2006, para se fazer a fusão, nós indicamos que tal método cupulista era extremamente danoso para o desenvolvimento da CONLUTAS enquanto alternativa de organização para o conjunto da classe trabalhadora e, por conseguinte, para o projeto de unificação das lutas em torno de um programa classista. Nos últimos anos, a unificação sistemática das ações da CONLUTAS com as centrais governistas (CUT e CTB) foi o pior sintoma da degeneração política que este tipo de relação com a INTERSINDICAL poderia causar.
Já durante o processo de preparação dos congressos de Santos, a falta dos debates nas bases e a recusa da discussão programática também já davam a tônica da política desorganizadora e desastrosa que PSOL e PSTU forjavam nos acordos entre suas respectivas correntes. Nos acordos de cúpula celebrados entre PSOL e PSTU já havia sido definido de antemão a restrição da participação de uma fração inteira da classe trabalhadora: os estudantes, que puderam tirar apenas cerca de 120 delegados. Isso mesmo antes da deliberação congressual sobre o caráter da nova central.
Assim, o congresso da CONLUTAS foi construído com a presença de aproximadamente 1800 delegados, o que representou uma perda de mais de 30% em relação ao número de delegados dos congressos anteriores (Betim, com 2814 e Sumaré, com 2729). Já o CONCLAT teve cerca de 3100 delegados, o que representa um acréscimo de apenas 10% em relação ao penúltimo congresso da CONLUTAS em Betim, que não teve a presença do MTL. Ou seja, a política levada a cabo pelo PSTU durante praticamente todo o período de existência da CONLUTAS afastou a base para promover a unificação com um setor sem a menor representatividade na classe. E ainda assim (ou talvez por conta disso) fracassaram.
A INTERSINDICAL, para quem o PSTU armou a festa, assim como fez o acordo o desfez: pela cúpula. Saiu do CONCLAT sem nenhum ônus político, pois nunca teve base para prestar satisfações. Já o PSTU, além da desmoralização, liquidou a CONLUTAS na certeza da unificação e, no fim das contas, ainda teve a deserção da CST/UNIDOS como saldo. Mergulhou no ridículo ao afirmar a criação da fraude CONLUTAS-INTERSINDICAL e levou consigo, infelizmente, o crédito da classe trabalhadora numa central classista a ser construída a curto prazo.
Até as vésperas do CONCLAT, no derradeiro congresso da CONLUTAS, expusemos a crítica sempre afirmando que o resultado de tal oportunismo seria a destruição do projeto classista dos trabalhadores, tal como já denunciávamos desde 2006. Assim como nós, várias outras forças minoritárias que atuavam dentro da conlutas já indicavam o resultado dessa política oportunista. Assim, fica evidente que o PSTU não desconhecia a possibilidade do efeito desorganizador desastroso para a classe trabalhadora que essa fusão representava. Muito pelo contrário, não só o setor majoritário conhecia essa possibilidade como aceitou como plausível tal retrocesso na política classista desde que seus interesses estratégicos de aliança com o PSOL pudessem ser atendidos. PSTU e PSOL jogaram contra os interesses da classe trabalhadora assim como fizeram muitos PCs stalinistas pelo mundo e assim como fez e faz o PT desde seu surgimento até hoje.
A alma petista de PSOL e PSTU também se manifestou de outras formas, como a extrema burocratização e autoritarismo dos congressos, que cassou o direito a voz dos observadores, cobrou taxas exorbitantes para divulgação e venda de materiais políticos tinha como objetivo inocultável impedir a manifestação da base e de forças minoritárias; e a capitulação aos moldes burgueses, com a terceirização da organização dos eventos e a atuação constante de militantes do PSTU em defesa dos caprichos dos donos do centro de convenções, ameaçando militantes das forças minoritária com multas e outras punições pelo simples fato de expormos nosso material de propaganda em áreas que desagradavam aos proprietários burgueses.
O compromisso com as tarefas fundamentais da classe garantido pela base
Durante a história da CONLUTAS os militantes da UNIPA sempre afirmaram a necessidade da construção da central dos trabalhadores pela base. Nesse sentido atuamos na base de nossas categorias e nos organizamos dentro da CONLUTAS com outras forças minoritárias para defender este e outros pontos programáticos classistas. Este trabalho que assumimos permitiu um pequeno, mas significativo, acúmulo de forças nas bases de diversas categorias para propor a plenária de movimentos de oposição durante o CONCLAT.
Apesar da inferioridade numérica, sem dúvida foi dessa plenária que saiu a única proposta concreta de construção de uma alternativa à hegemonia governista que paralisa o movimento dos trabalhadores em todo o país. Composta por integrantes de oposições sindicais de base de várias regiões, a plenária assumiu para si a tarefa de defender a construção pela base de um instrumento classista de unificação das lutas do proletariado. Com a deliberação de criar meios de integração inicialmente das oposições ali presentes e realizar outras reuniões nacionais de oposições classistas e combativas.
A UNIPA desde 2006 apontou políticas necessárias para reconstrução do movimento sindical, particularmente. Apontávamos, e continuamos a afirma que a necessidade de um movimento sindical pela base que rompa com o legalismo, o corporativismo e a ilusão democrática burguesa da via parlamentar. Durante todos esses anos reafirmamos a necessidade de lutar contra a estrutura sindical e construir uma política efetiva de rompimento com o governismo e com o método de luta, pacifista e legalista. Uma vez que o setor majoritário só retrocedeu nestas políticas, ou sequer tentou implementá-las desde 2006, isso culminou na infeliz liquidação da Conlutas no deplorável congresso de Santos. Convocamos todas(os) para construir um forte movimento de construção do sindicalismo classista e combativo, pela base – organização por local de trabalho - que tenha como norte a política de anti-conciliação de classe, anti-governista, que lute para destruir o sindicalismo de estado – fim do imposto sindical por exemplo - e que não tenha como centro da ação política a luta parlamentar.
[i] Para acompanhar este debate ver os comunicados números 11, 19, 23, 24 e 25 e os números do jornal do “Causa do Povo” 24, 26, 28, 29, 37, 43, 48
Abaixo o Sindicalismo de Estado!
Construir um Sindicalismo Classista e Combativo!
Por um Movimento Nacional de Oposições Sindicais Populares Estudantis!
Nenhum comentário:
Postar um comentário